Compreendemos por obediência o ato de cumprir um dever com prontidão, o que também inclui a capacidade de ouvir. Em muitas situações, a obediência é utilizada como um sinônimo de pessoas que sabem se comportar e se mantém quietas, sem reclamar ou questionar nada.
No entanto, o ato de obedecer é bem mais que um adjetivo para classificar comportamentos. A prática da obediência necessita ser vivenciada como uma VIRTUDE. Isso porque as virtudes revelam nossos valores éticos que levam à prática do bem, tendo como resultado escolhas valorosas.
É um sério problema viver e ensinar a obediência apenas como um adjetivo ou um comportamento, e não como uma virtude. Um adjetivo pode ser direcionado à qualquer pessoa ou coisa como um qualificador, já a prática da virtude é como um espelho da alma, que revela quem de fato somos.
Dessa maneira, podemos pensar em duas concepções a respeito da obediência: a obediência atrasada e a obediência virtuosa.
OBEDIÊNCIA ATRASADA
Obediência atrasada é aquela que deixa a ação para depois e está vinculada à procrastinação. Por isso, é o mesmo que a desobediência.
O medo é frequentemente utilizado como um recurso, em tom de ameaça, para que o dever seja cumprido: “Se você não fizer agora… vai se ver comigo!”.
O problema do desobediente é que ele sempre é forçado a assumir suas obrigações. Por isso, o aprendizado da virtude fica comprometido e desse vício, ou mau comportamento, se originam as irresponsabilidades, desmazelos e indisciplinas.
OBEDIÊNCIA VIRTUOSA
Já a obediência virtuosa é uma ação que tem como principal referência o exemplo familiar, sendo consolidada no ambiente escolar e nas relações sociais.
Nesse caso, o ato de obedecer não está vinculado às recompensas, nem a qualquer tipo de castigo. A obediência é um consentimento, não um ato de severidade.
Por isso, uma obediência verdadeira e virtuosa se faz na prática: só aprendemos a obedecer… obedecendo!
Filhos devem obedecer aos pais não porque receberão alguma recompensa ou punição, mas porque os pais são dignos de tal obediência e devem ser ouvidos e respeitados. O mesmo se aplica à sala de aula e às relações de trabalho.
Uma necessidade de nossas famílias neste contexto atual é passar de uma obediência atrasada para uma obediência virtuosa.
Vale ressaltar uma palavra da antiga sabedoria hebreia, que se apresenta como um imperativo válido a respeito da obediência: “Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele.” (Pv 22,6).
Sejamos sábios. Sejamos obedientes.
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Tiago de Freitas Lopes