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Avaliação Diagnóstica e de Conteúdo

A avaliação é parte de todo tipo de trabalho. No contexto da sala de aula, ao invés de classificar os alunos, essa prática deve ter intenções diagnósticas sobre quais são as necessidades e as ferramentas adequadas para o ensino-aprendizagem. Nesse ínterim, faz-se mister pensar nos tipos de avaliações e o uso da tecnologia como aliada nesse processo.

“E Deus viu tudo o que havia feito, e tudo havia ficado muito bom”. (Gênesis 1:31) Por que avaliamos? Por que temos receio de avaliar muitas vezes? Por que é necessário avaliar? Estas são algumas perguntas possíveis de serem feitas, quando o assunto é avaliação. Gosto de pensar sobre o versículo de Gênesis 1:31, pois ele dá a oportunidade de entender que avaliar faz parte do trabalho, do processo de realização de uma atividade, seja ela executada por aluno, professor ou gestor.

Avaliação: resultado x objetivos

A avaliação da aprendizagem é um instrumento utilizado para verificar o andamento do aprendizado do aluno e buscar métodos para impulsionar o seu desenvolvimento, ao longo do processo de ensino-aprendizagem.
Nas palavras de LUCKESI (2004, p.4): O ato de avaliar a aprendizagem implica em acompanhamento e reorientação permanente da aprendizagem. Ela se realiza através de um ato rigoroso e diagnóstico e reorientação da aprendizagem tendo em vista a obtenção dos melhores resultados possíveis, frente aos objetivos que se tenha à frente. E, assim sendo, a avaliação exige um ritual de procedimentos, que inclui desde o estabelecimento de momentos no tempo, construção, aplicação e contestação dos resultados expressos nos instrumentos; devolução e reorientação das aprendizagens ainda não efetuadas. Para tanto, podemos nos servir de todos os instrumentos técnicos hoje disponíveis, contanto que a leitura e interpretação dos dados seja feita sob a ótica da avaliação, que é de diagnóstico e não de classificação.

Entende-se, portanto, que avaliação não se resume apenas a um conceito teórico, mas está intimamente ligada ao processo educativo. Não é uma ação que ocorre somente em um momento específico, mas está presente em todo o processo de ensino e aprendizagem, tornando-se um instrumento eficaz e fundamental do início até a finalização do trabalho docente.

Tipos de avaliação

De acordo com as funções que desempenha, é possível classificar a avaliação em três tipos ou modalidades: diagnóstica, formativa e somativa. Pensando na avaliação diagnóstica, é possível perceber que ela muito contribui para o aprimoramento do processo de ensino e aprendizagem, pois, por meio da análise dos conhecimentos prévios dos alunos, o professor pode adequar seu planejamento, fazendo ajustes e alterações a fim de prosseguir ou retomar conteúdos essenciais que ainda não foram apropriados pelo aluno. Por esse motivo, é comum que a avaliação diagnóstica seja aplicada no início do ano letivo, ou sempre que forem introduzidos conteúdos totalmente novos para os alunos. Vale ressaltar que, em momentos inusitados e atípicos, a avaliação diagnóstica pode ser valioso instrumento nas mãos do professor. Quando se tem dificuldade, ou poucas informações a respeito do domínio de certos conteúdos pelos alunos, a avaliação diagnóstica poderá fornecer dados importantes para a tomada de decisão do professor.

Mas como saber se a avaliação está sendo eficaz?

Algumas indagações precisam ser feitas, para promover a reflexão e embasar as decisões. É importante trazer à memória alguns questionamentos acerca da prática pedagógica e do trabalho docente.
Por exemplo: quais eram os objetivos a serem alcançados? O que os alunos aprenderam? O que não aprenderam? Quais dados posso utilizar para melhorar o ensino e a aprendizagem dos alunos? Como a avaliação e o processo podem ser aprimorados?
A avaliação da avaliação é necessária, mas quase nunca é feita. É importante e necessário fazer-se uma comparação entre avaliações para se aferir a pertinência e eficácia dos instrumentos e ferramentas utilizadas.
Tecnologia como aliada
Atualmente, quando se pensa no processo de ensino, é inevitável vir à mente a tecnologia e o uso de ferramentas para a efetivação da aprendizagem.

O uso da tecnologia na educação tem se mostrado nem sempre fácil, mas sempre que feito de forma adequada, extremamente eficaz; uma vez que oferece instrumentos, ou ferramentas capazes de abrir a escola para o mundo e formar cidadãos mais conectados, autônomos e, portanto, protagonistas de suas histórias.

No contexto de uma sala de aula, a comparação entre avaliações pode revelar vícios e insucessos da ação docente, permitindo que o professor a aprimore com o passar do tempo. A comparação permite também a visualização dos efeitos de eventuais mudanças metodológicas de uma turma para outra. Conhecendo melhor suas avaliações, o professor pode entregar a estudantes e gestores informações mais precisas sobre a evolução temporal de indicadores da qualidade do ensino. O impacto das avaliações no processo de ensino-aprendizagem vai depender decisivamente da qualidade das informações que são retornadas aos atores envolvidos, da celeridade dessa resposta e da gestão eficiente desse fluxo de informações (Hattie e Timperley, 2007, p.77)

Dada sua relevância no processo de ensino e aprendizagem, a avaliação está presente também na BNCC, que recomenda o aumento da inserção da tecnologia na sala de aula, a fim de alavancar a aprendizagem dos alunos, por meio da utilização de ferramentas digitais.

A proposta está determinada na Competência 5 do documento, que sinaliza: “Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva”. (BNCC – Competência 5)

No entanto, é necessário ter em mente que os alunos não aprendem todos da mesma maneira, em um mesmo tempo. Cada um tem seu ritmo e sua forma de aprender, por isso é imprescindível que os professores ofereçam atividades diversificadas e diferenciadas, para que todos sejam tratados com equidade.

A professora Jussara Hoffmann, em seu livro “Avaliar para promover” (2014, p.114) propõe a diversidade de oportunidades de aprendizagem, em termos de: tempo, oportunizando experiências sucessivas, e complementares;  graus de dificuldade, permitindo-se observar graus de domínio do estudante;  formas de realização: individual, em parcerias, em pequenos grupos, em grandes grupos, para promover o confronto de pontos de vista entre os alunos e entre alunos e professores;
recursos didáticos, ampliando o conjunto de portadores de textos a serem pesquisados para maior coerência e aprofundamento em conhecimentos apropriados;  expressão do conhecimento a partir de diferentes linguagens.

Novamente, a tecnologia pode nos socorrer oferecendo ferramentas que possibilitam a escolha de materiais adequados para as necessidades intelectuais e emocionais de um determinado aluno. Essas informações também permitem aos professores o apoio necessário para compreender como os seus alunos aprendem e a serem mais eficazes no processo de ensino.

Análise para soluções acertadas

Por meio da análise e interpretação de dados estatísticos, é possível conhecer uma realidade, seus problemas, bem como, buscar soluções apropriadas que vão além dos “achismos” e “casuísmos” comuns.
“Com essa medida, é possível facilitar a elaboração de provas e ter estudantes mais engajados e capazes de analisar diferentes situações. Isso contribui para a melhoria do processo decisório e desenvolvimento de habilidades”.

http://(www.provafacilnaweb.com.br/blog/ bncc-e-as-avaliacoes-como-adaptar-asrotinas/)

É relevante saber que Sistemas de Ensino de países com alto desempenho em educação, fazem referência a não deixar nenhum aluno para trás, pois alto desempenho significa que todos os alunos, independente do ritmo próprio de cada um, devem ser bem-sucedidos, ou seja, devem aprender.

É necessário, portanto, obter informações por meio de dados oferecidos pelas avaliações e utilizá-los de maneira correta para, a partir deles, implementar mudanças tanto na prática docente, como na forma de estudar dos alunos, com o intuito de obter os resultados esperados, pois apenas o conhecimento, do que mostram os dados, não transforma a aprendizagem.

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