A páscoa, mais que uma data comemorativa, nos desafia a termos esperança. Em tempos de grande consumismo, corremos o risco de reduzi-la a um evento no qual as pessoas se fartam com caros e deliciosos chocolates.
Para os povos bíblicos, especialmente em Êxodo 12, o propósito da páscoa era o de lembrar que Deus, de maneira amorosa, interveio em favor do seu povo, ouvindo seu clamor e libertando-o da escravidão. Nessa proposta amorosa e de iniciativa divina, o Novo Testamento ensina que essa libertação é a grandeza do amor de Deus: Cristo é a nossa Páscoa porque ele se entregou em nosso favor!
Dessa maneira, a Páscoa consistia em uma oportunidade de “permanecer em casa”. Toda família deveria estar reunida com um só coração. Todos deveriam participar ativamente, dando a devida importância àquele momento. Em casa, comiam juntos. Celebravam juntos. Cuidavam para que nada fosse desperdiçado. Praticavam a generosidade. Ao mesmo tempo, deveriam estar preparados para “sair de casa” apressadamente, rumo à sua libertação.
Vivenciar a experiência de permanecer em casa, mas preparados para sair no momento oportuno, nos remete a duas virtudes: a paciência e a coragem. Precisamos ter paciência para ficar em casa. Em tempos de “quarentena” como o que estamos passando, é preciso ter paciência para se estar com a família, compartilhar espaços, conviver de forma intensa com os cônjuges e filhos.
A coragem também é necessária pois, no tempo certo, precisaremos retornar aos desafios do dia a dia. Por isso, a Páscoa nos deixa como um ensinamento precioso: a necessidade de estabelecermos laços mais fortes com nossa família; além do desafio de encararmos os novos cenários sociais e econômicos que virão em breve.
Deus tem sido bondoso conosco nestes tempos de crise. Tem nos dado saúde e perspectivas. Ele não nos abandona, e a Páscoa nos é um sinal de esperança, em qualquer tempo e em qualquer situação. Então, aproveite esse tempo para dar atenção à sua família. Tenha esperança e nunca se esqueça de que o cuidado de Deus por você dura para sempre.
Pr. Tiago de Freitas Lopes
Capelão do Colégio Batista – Unidade Betim